Livramento: Escolinha de futebol, acolhe meninos de 7 a 17 anos das comunidades Benito Gama, Taquari e Jurema.

O jovem conhecido por Preá desenvolve por conta própria e com o apoio das comunidades dos bairros Benito Gama, Taquari e Jurema uma escolinha de futebol abrigada na quadra esportiva do CETEP/CEEP, localizada no Taquari. A escolinha, que acolhe meninos na faixa etária de 7 e 17 anos, ensina a eles muito além do esporte, unindo o futebol, comportamento, disciplina e convivência familiar.

Segundo Preá, que é o técnico e seu coordenador, as aulas atendem crianças e adolescentes carentes não somente para revelar futuros craques para o futebol profissional, uma vez que também utiliza o uso de regras do esporte para ensinar valores como a amizade e a disciplina, a valorização dos estudos e a convivência familiar. Informa que desde que fundou a escolinha vem conseguindo melhorar a vida e a disciplina de muitas crianças em fase de rebeldia infanto-juvenil.

O projeto já chama a atenção até mesmo de meninos de outras comunidades que estão buscando ingressar na escolinha, mas Preá, como é conhecido, admite que não está podendo aumentar o número de garotos porque, além da quadra ser pequena, também falta material para as aulas, como uniformes, chuteiras.

“Eu sonho alto, gostaria de ajudar essas crianças não somente mantendo-as na nossa escolinha, com todos usando o material esportivo, como até mesmo com merenda, pois sei que muitos meninos não têm acesso a uma alimentação adequada e com isso ficam prejudicados em seu rendimento”, informa.     

Os vereadores Joaquim da Silva (Kinkão) e Paulo Lessa colaboram e ajudam manter a escolinha, mas reconhecem que é preciso fazer muito mais. “Assim como eu, essas crianças também são apaixonadas pela bola”, diz Kinkão. “O problema é que essa escolinha não tem nenhum campo grande pra jogar, então aqui é muito bom”, complementa.

Os vereadores estiveram recentemente no treino, acompanhados pelo jornalista Yonélio Sayd, a fim de verificar in loco a situação da escolinha. Na ocasião, o jornalista, que é coordenador de Cultura do município, gravou uma série de depoimentos com os meninos. Cada um deles disse gostar de fazer parte do grupo afirmando que além de bom de bola, é bom de escola.

“O professor (Preá) é exigente em relação aos nossos estudos e cobra de nós que para ser titular tem que gostar de frequentar a escola”, disseram os meninos, como se a orientação fosse a principal regra para participar da escolinha, o que é confirmado pelo próprio “professor”.  

Preá trabalha os dois turnos, por isso os treinos são realizados no meio da semana a partir de 17 horas, mas com maior dedicação aos sábados e domingos quando são realizados jogos-treinos ou amistosos. Parte do dinheiro que recebe acaba gastando com a escolinha. “Infelizmente, aqui na nossa comunidade, muitos pais não têm condições de pagar, então, o que puder vir de ajuda pra gente é melhor”, diz.

Muitos garotos não sonham somente em ser futuros craques de um time de futebol profissional. A maioria acredita que vai conseguir, inclusive, manifestando atuar em clubes europeus. Eles até demonstram que conhecem nomes de peso, como Leonel Messi e Neymar (Barcelona), Cristiano Ronaldo, Real Madrid,  Phillipp Lahan (Bayern de Munich), Andrea Barzagli (Juventus), entre tantos outros citados até com riqueza de pronúncias, o que confirma que a bola é mesmo uma língua universal.   

     Yonélio Sayd
Jornalista/Radialista
     DRT/MTBA 174