Maranhão manda retirar cabines de votação e diz que eleição é na quinta

Um dia após ser desautorizado por líderes partidários, o presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), reafirmou nessa sexta-feira (8/7) que a eleição para escolher o sucessor de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) no comando da Casa será realizada na próxima quinta-feira (14).

O deputado do PP chegou, inclusive, a ordenar a retirada das cabines de votação que estavam sendo instaladas no plenário para coletar os votos dos deputados federais na terça-feira (12/7). Poucas horas após Cunha renunciar à presidência da Câmara, o interino anunciou a votação para a próxima quinta.

No entanto, em uma reunião sem a presença de Maranhão, a maioria dos líderes da Casa desautorizou a decisão do parlamentar maranhense e antecipou para terça-feira a definição do presidente para o mandato tampão. 

Irritado com o ato dos líderes, Waldir Maranhão chegou a exonerar nesta sexta-feira o secretário-geral da Mesa Diretora, o servidor Silvio Avelino, em retaliação ao fato de o subordinado ter participado, na véspera, do encontro com as lideranças partidárias. 

Ao deixar a Câmara no início da tarde desta sexta, o presidente interino ressaltou que a eleição será mantida para quinta-feira, apesar de os líderes terem antecipado em dois dias a votação.

O regimento interno permite que o colégio de líderes convoque sessões extraordinárias para, inclusive, realizar eleições para a presidência da Casa. "De acordo com o regimento e com a Constituição, a presidência [da Câmara] tem a prerrogativa de assim o fazer [marcar a sessão da eleição]. Eu o farei [...]. Nós faremos as eleições na quinta-feira, às 16h", destacou Maranhão a jornalistas. 

O presidente em exercício da Câmara foi indagado pelos repórteres sobre se irá anular a decisão do colégio de líderes que antecipou as eleições para terça, mas não quis responder. Ele, no entanto, disse acreditar que os deputados comparecerão à sessão da próxima quinta. 

"É importante [e os parlamentares] querem participar das eleições", ponderou. Com a antecipação da eleição para terça – como defende parte dos líderes partidários –, a votação, teoricamente, ocorreria no mesmo dia em que a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) deve votar o parecer que analisa recurso de Cunha no processo de cassação.

O relatório do deputado Ronaldo Fonseca (PROS-DF), apresentado na última quarta (6), recomenda anular a votação do Conselho de Ética que propôs a perda do mandato do peemedebista. A sessão estava marcada para segunda-feira (11), mas foi adiada para terça pelo presidente da CCJ, deputado Osmar Serraglio (PR-RS).

Com a eleição para a presidência da Câmara marcada para o mesmo dia, a votação do parecer na comissão poderá ser inviabilizada, uma vez que quando há votações no plenário principal da Casa todos os colegiados ficam impossibilitados de fazer deliberações. 

A decisão de líderes aliados ao governo do governo Michel Temer de antecipar a eleição para a presidência da Câmara irritou adversários de Eduardo Cunha. 

Para o líder de Rede, Alessandro Molon (RJ), a reunião não poderia ter acontecido porque o requerimento de convocação foi assinado por lideranças partidárias que não têm o número de deputados suficientes para convocar reunião do colégio de líderes.

“O colégio de líderes foi convocado sem a maioria absoluta [257 parlamentares] dos membros da Casa representados por seus líderes. Tem menos do que 257”, reclamou Molon. 

 

Fonte - Tribuna da Bahia


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