Ajuste ou crise econômica?

A palavra da moda na economia é ajuste, no setor público ajuste fiscal virou sinônimo de aumento de tributos, tarifas públicas e redução de benefícios sociais, além de cortes no Orçamento do Governo Federal, estimado para este ano em R$ 70 bilhões de reais, com impacto em quase todos os Ministérios, comprometendo, inclusive, investimentos em setores estratégicos, como infraestrutura, saúde, educação e programas de habitação como Minha Casa, Minha Vida.

O que mais chamou atenção foi o aumento da tarifa de energia elétrica que, na Bahia, já ultrapassou 60% (sessenta por cento), sem contar o acréscimo em razão da bandeira vermelha que onera a tarifa a cada 100 kWh consumido, causando reflexos em todos os setores, como transportes, agricultura e indústria. A consequência veio com o aumento dos preços dos alimentos, sobretudo da carne bovina, potencializada pela crise no setor hídrico e pela forte exportação.

 Outras tarifas públicas tiveram reajustes, embora mais discretos que no setor elétrico, água, telefonia e combustíveis, também contribuíram para o aumento da inflação, que este ano, passará de 8% (oito por cento), refletindo diretamente no aumento dos juros, seja para empréstimo pessoal ou para financiamento de veículos e da casa própria.

O ajuste fiscal proposto pelo Governo Federal, ainda em análise no Congresso Nacional em Brasília-DF, prevê cortes de gastos públicos em benefícios sociais, ao trazer novos regramentos, por exemplo, ao seguro desemprego; pensão por morte, abono salarial, dentre outros, com o intuito de manter o equilíbrio das contas públicas, mas, com prejuízos aos trabalhadores.

Diante desse quadro, o ajuste fiscal proposto pelo Governo, aliado à crise nos setores hídrico e elétrico (causada pela falta de chuva nos principais reservatórios do país), atingiu diretamente a economia, diminuindo o poder de compra dos cidadãos, ou melhor, para adquirir hoje o que se comprava ano passado é necessário dispor de quase o dobro de dinheiro.

Portanto, é preciso consumir com cautela, planejando, evitando contrair despesas desnecessárias, sobretudo aquelas dívidas parceladas em crediários, para, assim, manter equilíbrio das contas e fugir dos juros elevados.

  Costumo dizer que embora o país viva seu momento de ajustes, seja no setor público ou privado, ou, ainda, no âmbito doméstico, as consequências da crise econômica não são imediatas, isto é, não se empobrece do dia para noite, o cidadão aos poucos vai perdendo seu poder de compra, que nada mais é do que seu dinheiro valer menos.

 

Escrito por - Guto Rodrigues Tanajura

 

               

                


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